Livros na praça: Armário do saber: SLIDE: Show de Euzébio Oliveira e Lourenço e exposição do “Armário do Saber”

domingo, 13 de dezembro de 2009

SLIDE: Show de Euzébio Oliveira e Lourenço e exposição do “Armário do Saber”

Mais de 200 pessoas participaram de uma noite de Cultura e Arte no Centro Educacional de Barra do Choça.

Um sábado de poesia em Barra do Choça, para expandir a cultura e o valor da arte literária e musical. Esse foi o objetivo do Departamento de Cultura, Com o Show de Euzébio Oliveira e Lourenço,em um encontro de literatura e música, que foi realizado sábado (12.12) no Centro Educacional de Barra do Choça. O evento integrou as ações do projeto “Armário do Saber”, e homenagens aos Poetas locais e foi exposto uma “venda” Bar do Filó idealizado pelo poeta, cantador Euzébio de Oliveira.

Os moradores de Barra do Choça ouviram mais de duas horas de cantoria, poemas e causos, em um cenário natural que parece o ambiente ideal para viajar nesta forma de arte.

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Corrente da Leitura

Em janeiro de 2009 um grupo de voluntários da cidade de Barra do Choça resolveu colocar livros em praça publica, hoje esse grupo é conhecido como “Amigos da Leitura”. Em 22 de junho do corrente ano foram inaugurados dois “Armários do saber”. Estamos preparando o terceiro armário, a idéia é colocar um armário do saber em cada praça e depois fazer chegar a zona rural do município de Barra do Choça.
No dia 17 de Novembro de 2009 foi implantado o Projeto Ponto Literário que disponibiliza livros no terminal de ônibus na Av. Lauro de Freita em Vitória da Conquista. Sendo realizado pela Universidade Estadual do Sudoeste (UESB), através do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler), pelas Secretarias Municipais de Educação e Cultura e pela Biblioteca Municipal José de Sá Nunes. O objetivo é disponibilizar gratuitamente o empréstimo de livros, material informativo, dados bibliográficos de escritores canônicos e populares e fragmentos da escrita criativa para toda a comunidade com finalidade de facilitar e estimular o acesso a leitura.
Os dois projetos do sudoeste baiano têm como objetivo principal passar a idéia de que é possível ter um acervo de livros em locais públicos onde qualquer pessoa possa ter acesso às obras durante 24 horas sem nenhuma burocracia ou restrição, isto é, sem ninguém para controlar ou vigiar os “Armários do saber” ou os Pontos Literários. Os livros não terão um único dono, mas diversos usuários. Mantendo a idéia simples, criativa, inovadora que promove a leitura e a participação da comunidade. O movimento está começando e esperamos que se amplie, conforme sua divulgação. Para o projeto dar certo, é necessário que haja uma participação de cada cidadão. É um movimento coletivo por ações individuais!
Sabemos da importância destes projetos e temos como objetivos ampliar esse conhecimento e também contribuir para que esse ciclo virtuoso atravesse o tempo e o espaço, já que não tem data pra terminar e não existe fatores que o impeçam de chegar a outras cidades ou estados.

Parabéns Barra do Choça!
Parabéns Vitória da Conquista!
Faça essa idéia acontecer em sua cidade, vale à pena!

Revisão
Profª Rosilene Pires

Novidade da Semana

Biblioteca Comunitária Tia Záu

A Comunidade da Muritiba (Povoado Santo Antonio) em parceria com “Os Amigos da Leitura” está trabalhando em prol de montar uma Biblioteca Comunitária. Começando com aproximadamente 500 livros, essa biblioteca será instalada no mesmo local onde funcionou por vários anos a Escola Municipal Régis Pachêco na garagem da casa da Professora Izaulina Moura Gomes, espaço cedido pelo patriarca da família, Sr. Afôncio. A Biblioteca terá o nome de “Tia Záu” como era conhecida pela comunidade. Os livros foram doados pela sociedade de Barra do Choça: amigos, pessoas que interessam e apóiam o projeto “Livros na praça: armário do saber”. Por serem livros de coletâneas, enciclopédias, dicionários, literaturas, romances, contextos religiosos, etc., serão repassados com intuito de formar uma Biblioteca Comunitária. No momento os livros estão sendo selecionados e catalogados.

Revisão
Profª Rosilene Pires

Dica Cultural

Um levantamento do Instituto Pró-Livro confirma que o brasileiro lê pouco. São 77 milhões de não leitores, dos quais 21 milhões são analfabetos. Já os leitores, que somam 95 milhões, leem, em média, 1,3 livro por ano. Incluídas as obras didáticas e pedagógicas, o número sobe para 4,7 - ainda assim baixo.

Os dados estão na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita com 5.012 pessoas em 311 municípios de todos os Estados em 2007. "O livro é pouco presente no imaginário do brasileiro", explica o diretor do Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos, em entrevista ao Estadão.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a população lê, em média, 11 livros por ano. Já os franceses leem sete livros por ano, enquanto na Colômbia, a média é de 2,4 livros por ano. Os dados, de 2005, são da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), que integram o Instituto Pró-Livro.

Discurso Livros na Praça/Inauguração

A ideia de distribuição de livros em praça pública surgiu em diversos fragmentos de minha vida... Começando com uma conversa que tive com meu amigo, professor Jorge Delano (in memorian) há mais de 15 anos. Quando conversávamos sobre livros, ele me fez duas perguntas: a primeira, qual a importância do livro para você? – Respondi que seria a aquisição de conhecimento. Quanto à segunda pergunta: Após a leitura de um livro o que deve ser feito? Não soube responder. Então ele me disse: “Quando você ler um livro, doe-o a quem não tem condição de comprá-lo, para que ele possa adquirir o mesmo conhecimento que você”. Sábia resposta!
Em fevereiro de 2009, minha amiga Dra. Maria do Socorro presenteou-me com 08 livros. No mesmo momento que a-agradeci, disse-lhe que deveríamos arrumar uma maneira de repassar os livros a diante para que outras pessoas também, pudessem adquirir tal conhecimento, através da leitura. Ela achou a ideia maravilhosa, então passamos alguns dias discutindo de que forma seria feito isso. Uma semana depois tínhamos um plano definido de colocarmos os livros na praça. Passamos a ideia para alguns amigos (Neuza Ramos, Marco Antonio, Euzébio Oliveira, José Martins e Edmilson Sousa) que sem hesitação, abraçaram a causa, enriquecendo-a com novas opiniões. Daí, realizamos algumas reuniões, onde discutimos como seria o projeto. Dessa forma, o-elaboramos com uma proposta prática e de fácil viabilização.
Esclarecemos para a comunidade de Barra do Choça que a idealização e realização desse projeto não teve vínculo com nenhum órgão público. Quando o Prefeito Municipal teve conhecimento do projeto, o grupo Amigos da leitura já havia adquirido, através de doações, mais de 300 (trezentos ) livros, isso no final do mês de maio de 2009. Entendendo a proposta e a filosofia do projeto “Livros na Praça”, Oberdan Rocha, na qualidade de prefeito, fez questão de colaborar com o projeto, fazendo a doação de 02 (dois) Armários do Saber, iniciando assim, com um apoio positivo. Começaremos o nosso projeto com pouco mais de 550 (quinhentos e cinquenta) livros.
Sabemos que essa proposta visa sensibilizar os leitores e temos consciência de que isso não se dará em um ou dois anos, mas sim a longo prazo. E todos que estão envolvidos, se dispõem a lutar por essa causa por muitos anos.
A História nos conta que as grandes manifestações da humanidade foram realizadas em praça pública: pessoas condenadas e executadas a morte com requinte de crueldade, foram enforcadas, queimadas e até esquartejadas, como foi o caso de Tiradentes; discursos de grandes líderes mundiais foram declamados, aplaudidos e vaiados; sutiãs foram queimados em forma de protestos; as palavras liberdade, paz e amor foram gritadas e escoadas nas praças em vários idiomas; livros também foram queimados e rasgados tanto em praças brasileiras como no mundo a fora. Assim foi dito por Pablo Neruda em um poema que mencionava alguma coisa sobre o nosso país:
[...] “ E assim foi!
Pedreiros do Brasil, golpeai a fronteira,
pescadores, chorai de noite
sobre as águas litorâneas,
enquanto Dutra, com seus pequenos
olhos de porco do mato,
quebra a imprensa de machadinha,
queima os livros na praça,
encarcera, persegue e fustiga
até que o silêncio se faz
em nossa noite tenebrosa” [...]
Com esse ato manifestado agora em nossa cidade, Barra do Choça entra para a história como a primeira cidade da Bahia fazer um caminho inverso do que foi atormentado pela Inquisição e pelos Tiranos de olhos de porco do mato. Estamos colocando livros em praças públicas, não para serem queimados ou destruídos e sim para serem lidos, distribuindo conhecimento a comunidade de forma simples, prazerosa e, principalmente, gratuíta.
Para finalizar, quero agradecer de coração a todos os amigos que fizeram doações para o projeto: Livros na Praça, “armário do saber”, que a partir desse momento, temos a honra de chamá-los “Amigos da Leitura”. Agradecemos também, todas as pessoas que se envolveram de corpo e alma para a realização desse trabalho, que acreditamos ser uma idéia benéfica, sábia, viável e sobretudo, futurista.
Não obstante, deixamos aqui a oportunidade para quem desejar participar como membro da equipe “Amigos da Leitura”, em caráter voluntario e a consciência que a tarefa não será fácil, estamos de mãos dadas para juntos caminharmos até conseguir o nosso objetivo. Ainda, queremos ressaltar que embora o nosso projeto seja singular, pequeno e humilde, achamos que para nós barrachosenses, venha a ter a mesma importância e o mesmo valor de orgulho da famosa Biblioteca de Alexandria.

22 de junho de 2009 – 47º (Quadragésimo sétimo) aniversário de Barra do Choça.

Autor: Leite/Claudinei Alves